Especialista analisa os limites saudáveis da febre dos bebês reborn

Famosos também começaram a entrar na onda e vários deles demonstraram que adquiriram seus bebês reborns

Especialista explica até que ponto a febre dos bebês reborn pode ser saudável

Nas últimas semanas, vídeos sobre os chamados bebês reborn têm viralizado nas redes sociais, gerando uma mistura de fascínio, curiosidade e até polêmica entre os internautas. Essas bonecas hiper-realistas são confeccionadas com tanto cuidado e detalhes que, à primeira vista, é difícil distingui-las de um bebê de verdade. O fenômeno tem crescido principalmente entre colecionadores e pessoas que encontram nesses objetos uma forma de conexão emocional. No entanto, em alguns casos, o envolvimento com os reborn tem levantado preocupações sobre os limites dessa prática.

O portal LeoDias conversou com um especialista em psicologia para entender melhor os impactos que esse tipo de interação pode ter na saúde mental — tanto os positivos quanto os possíveis excessos. Afinal, até que ponto o apego a uma boneca pode ser considerado saudável?

Embora sejam frequentemente associados ao público infantil, os bebês reborn não são apenas brinquedos. Na verdade, eles se tornaram objetos de desejo entre colecionadores adultos, que valorizam o realismo e a exclusividade dessas peças, muitas feitas sob encomenda por artistas especializados. Além disso, há um uso crescente das bonecas como ferramentas terapêuticas, especialmente no acompanhamento psicológico de pessoas que enfrentam perdas, luto, ansiedade ou outros traumas emocionais.

De acordo com o especialista entrevistado, o uso dos bebês reborn pode, sim, ter um efeito positivo em determinados contextos. “Para algumas pessoas, especialmente aquelas que perderam filhos ou enfrentam dificuldades emocionais profundas, o contato com essas bonecas pode trazer um conforto simbólico. Elas funcionam como um substituto emocional temporário, oferecendo sensação de acolhimento e alívio da dor”, explica.

Contudo, o alerta vem quando essa relação ultrapassa os limites da realidade. Há relatos de pessoas que tratam os reborn como se fossem realmente vivos — levando-os para passear em carrinhos, alimentando-os, trocando roupas com frequência e até atribuindo nomes, rotinas e histórias de vida a eles. Embora isso possa parecer inofensivo, o especialista destaca que é preciso observar quando essa prática passa a comprometer o convívio social, a rotina e o bem-estar emocional do indivíduo.

“Quando a boneca se torna uma fuga constante da realidade, impedindo a pessoa de lidar com suas emoções ou desenvolver vínculos reais, isso pode ser um sinal de que algo mais profundo precisa ser tratado”, alerta o psicólogo. Em alguns casos, o reborn deixa de ser um apoio simbólico para se tornar um objeto de alienação emocional, o que pode agravar quadros de depressão, isolamento ou distorção da realidade.

Outro ponto importante é o papel das redes sociais nesse fenômeno. O compartilhamento de vídeos com cenas cuidadosamente produzidas, que mostram pessoas cuidando das bonecas como se fossem bebês reais, pode influenciar outras pessoas, especialmente mais jovens, a reproduzirem comportamentos sem a devida compreensão emocional ou crítica. Isso levanta um debate sobre os limites entre expressão individual, marketing emocional e saúde mental.

Apesar das polêmicas, é inegável que os bebês reborn despertam uma discussão necessária sobre luto, afeto e representação simbólica. Como toda ferramenta emocional, o uso saudável depende de contexto, intenção e equilíbrio.

O fenômeno dos reborn não deve ser ignorado ou tratado com deboche. Ele é um reflexo de como o ser humano busca se reconectar com o afeto e com a própria vulnerabilidade — algo que, nos tempos atuais, é cada vez mais urgente compreender com empatia e responsabilidade.

E você? O que acha desse fenômeno dos bebês reborn?
Na sua opinião, esse tipo de prática pode realmente ajudar emocionalmente quem passou por situações difíceis ou, em certos casos, pode se tornar um sinal de alerta? Você vê com naturalidade ou acredita que há um exagero em algumas atitudes mostradas nas redes sociais? Queremos saber como você enxerga esse tema tão delicado e, ao mesmo tempo, tão atual.
Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa com a gente!

 

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